domingo, 10 de junho de 2012

SOMOS PROLIXOS?


Olá gente linda e cheirosa!!!
Minha irmã me enviou um texto sensacional! Vou postar aqui porque sei que vocês também vão gostar...
Tenham todos um semana divina e maravilhosa, cheia de paz e realizações!

"É difícil percebermos quando nos tornamos prolixos. No dia de sua
diplomação o nosso novo presidente até reconheceu que nunca havia
falado por apenas cinco minutos. Foi uma exceção.

Escrever também pode tornar-se uma obsessão. Isso ocorre quando as
palavras que digitamos e aparecem na tela não fazem concessão e exigem
sempre mais. Cobram intermináveis complementações, esclarecimentos,
adequações, aquela expressão exata. Muitas vezes tudo isso é
desnecessário, pois o leitor vai sempre preencher os brancos do texto
que lê com a sua imaginação e o seu discernimento. Mas não, o autor
prolixo considera como essencial emendar, fundamentar e ilustrar até
que o leitor se canse e descubra a verdade do mouse.

Pela escrita podemos fugir da realidade com o pretexto de
investigá-la. É assim que suplantamos os limites do existente.
Analisar, descrever, interpretar e explicar se revelam, então, vícios
incorrigíveis.

***

Os excluídos

No Brasil dos anos trinta, apenas algumas centenas de escritores
publicavam nos jornais e revistas de norte a sul do país. Agora são
centenas de milhares de escritores que reclamam o direito de expressão
pública.

Tudo indica que a rede será transformada em um veículo perene, uma vez
que vem crescendo o número de pessoas que escrevem, enquanto os canais
de divulgação mais prestigiosos tendem para a centralização.

Escrever e publicar na Internet faz esquecermos que os veículos mais
lidos e tomados a sério estão fechados para a turba de digitadores
implacáveis que compomos.

***

Os solitários

Quando publicamos na rede lançamos inúmeras garrafas ao mar com um
pedido de socorro. Esta imagem pode ser usual, mas me parece
irresistível e apropriada. Desde o instante em que lançamos a primeira
garrafa passamos a cultivar a esperança de que alguém a encontre. Isso
quase aconteceu comigo quando uma leitora enviou-me uma mensagem
instigante: “Li o seu artigo sobre o professor universitário e achei-o
muito interessante numa primeira leitura”. Não é fácil se entregar a
um desconhecido, reconheço.
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